Nesta temporada, a Lanvin abandonou as passarelas parisienses e optou por revelar sua nova coleção com um desfile grande em Xangai. A marca, que foi adquirida pelo grupo chinês Fosun Fashion Group em 2018, parece querer estreitar os laços com a China através de uma coleção primavera-verão 2021 que carrega uma homenagem à cultura e tradição chinesa.
Vale lembrar que a marca francesa de moda mais antiga vem sendo administrada desde o mês passado pelos vice-gerentes gerais Arnaud Bazin e Grace Zhao, esta última responsável pela Ásia-Pacífico. A escolha de Xangai e de um casting rigorosamente oriental podem, portanto, marcar um novo capítulo para a marca, com uma estratégia mais orientada para a Ásia.
O evento foi realizado na noite de sábado (17) no jardim Yu, no coração da velha Xangai, ao pé de um antigo pagode, iluminado pelo nome de Lanvin, e ao longo de todos os caminhos de pedra, que abrangem os lagos deste jardim. O diretor artístico Bruno Sialelli imaginou um guarda-roupa de grande elegância oscilando entre o chique parisiense e o requinte oriental, onde as sedas e os cetins têm lugar de destaque. “A influência da cultura chinesa na arte e na moda dos anos 20 foi uma fonte fundamental de inspiração para este desfile”, destacou a marca.
Assim, os guarda-chuvas foram transformados em guarda-sóis chineses floridos. As estampas e bordados, inspirados nos painéis de laca Art Déco da decoradora Jean Dunand, grande amiga de Jeanne Lanvin, ganharam a aparência de estampas antigas. O tom dourado em uma blusa bufante moiré turquesa lembrava os trajes tradicionais da China Imperial O ouro apareceu várias vezes nesta coleção sóbria e preciosa, composta por muitos brilhos (strass, bordados luminosos, cristais, detalhes dourados, etc.).
As silhuetas e os tecidos todos sensuais, drapeados por todo o corpo. Costumes de três peças e conjuntos mais folgados para os homens, e mulheres elegantes em todas as circunstâncias, seja em um terno de couro, um vestido, ou um casaco de lã bordado com uma saia em voile estampado. O casal Lanvin, no entanto, compartilhou várias peças idênticas.
Como sempre, Bruno Sialelli buscou inspiração nos arquivos da marca, reinterpretando seus códigos, em particular o período mais rico da década de 20. Encontramos, assim, o grande nó, tão apreciado pela fundadora, bordado com pedras cintilantes no decote de um casaco de lã ou na cintura de um vestido midi com babados. O estilista também reinterpretou o vestido acinturado com saia solta, uma peça emblemática da marca, com volumes évasés, visto também em minivestidos, casacos curtos ou longos com lapelas largas.