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Depois de quatro anos sem expor e sem vir ao Brasil, o artista visual Daniel Mattar, consagrado também na Europa, aceita convite de Marcia Barrozo do Amaral para mostra individual na ArtRio

03 set 2021 • por Nina Kauffmann • 0 Comentários

Daniel Mattar, por quase três décadas, foi um dos fotógrafos mais cobiçados no mundo da moda, editoriais e campanhas icônicas levavam a sua assinatura. Conhecido por usar cores de forma especial, como uma ligação entre fotografia e artes plásticas, Mattar utilizava em suas fotos uma estética apurada e cores saturadas e vibrantes que formavam quase uma pintura irreal. 

Em 2016, o artista resolveu unir essas duas vertentes em sua nova fase profissional: a fotografia e a tinta. Foi então que saiu de sua zona de conforto proporcionada por seu amplo domínio técnico da fotografia e iniciou um estudo com cores e gestos, tintas e pincéis. Logo depois, ainda não satisfeito só com o trabalho de pintura a óleo, Daniel Mattar, começou sua pesquisa da tridimensionalidade no plano, se utilizando da pintura e da fotografia. A partir daí, o artista se apropriou de pequenas superfícies, interferindo com gotas de tintas, ora em gestos livres ora precisos e imediatamente as fotografa subvertendo a escala, criando um aspecto escultural à sua obra.   

Há mais de três anos o fotógrafo Daniela Mattar resolveu ir embora para a “terrinha”, lá abriu junto com a esposa e produtora de moda Bebel Moraes a já consagrada Brisa Galeria – localizada no coração de Lisboa.  

Nessa nova fase, Daniel lança mão do trabalho com luzes e sombras para criar uma obra que salta da tela, em uma imagem que de tão incrível causa a impressão de ser 3D. No dilema entre foto e pintura, Daniel resolveu essa equação com uma linguagem baseada no registro da luz nas micro superfícies, onde pinta e imediatamente fotografa – como já revelou – depois o micro se transforma em macro em impressões de grande escala. 

Para esta edição da ArtRio, a galerista Marcia Barrozo do Amaral, com seu olhar apurado, selecionou 15 obras do artista – que chegam a quase 2 metros. A galerista é conhecida por apresentar apenas um artista nas grandes feiras de arte como ArtRio e SP-Arte, Marcia Barrozo já levou nomes consagrados como Frans Krajcberg, Ascânio MMM, Hilal Sami Hilal, entre outros. 

Na exposição solo serão apresentadas duas séries: 

Photographic Drawings  

A série “Photographic Drawings” segue o conceito japonês de uma caligrafia com gesto espontâneo (Shodo). Gotas de tinta são conduzidas em uma pequena superfície de 4 cm e imediatamente fotografadas com lente macro na busca da tridimensionalidade e no registro da luz e da sombra. A imagem é finalizada em impressões de grandes formatos alterando a escala destes volumes cromáticos. Ocupa assim uma área de diálogo entre a fotografia a pintura e a escultura. 

Dentro da filosofia ZEN, a ação se passa no presente e o registro deste rápido evento, onde a tinta ainda molhada e fresca reflete a luz e passa a ocupar a terceira dimensão mesmo estando contida no plano bidimensional da superfície fotográfica. 

 
Quadra 

Nesta fase do seu trabalho, Daniel procura o volume e o movimento da tinta. O artista continua explorando o micro-universo de superfícies, desta vez com a representação do mar, florestas e horizontes. Mattar procura em  suas obras de grande escala criar uma imersão visual e uma materialidade na terceira dimensão do plano fotográfico. 

Sobre o artista 

Sua pesquisa em fotografia começou em Tóquio, Japão, onde morou e trabalhou nos anos noventa. Há vinte e cinco anos que a fotografia é a sua forma de expressão. Percorreu diversos campos como moda, retratos e documentários. A obra de Daniel está cheia de paradoxos: a câmera tecnológica ao gesto intuitivo com a tinta a óleo. Em sua pesquisa, Daniel desenvolve diálogos por meio da fotografia que mostram múltiplas três dimensões em planos bidimensionais.  

Através da utilização de tintas a óleo e/ou pigmentos minerais, o artista compõe suas imagens intervindo em pequenas áreas de embalagens, imagens de livros, cartuchos de tinta, fotos de arquivos pessoais e diversas outras superfícies relacionadas à reprodução de imagens. Uma vez finalizados, seus microespaços são imediatamente fotografados no auge do frescor das tintas e depois impressos em grandes obras, estabelecendo um vasto vocabulário dimensional de volumes e cores. Daniel realizou exposições individuais e coletivas desde 1988, incluindo países como França e  Japão,a lém do Brasil em espaços como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) e o 

Espaço Cultural Sérgio Porto. Desde 2018 vive em Lisboa, Portugal, onde desenvolve o seu trabalho artístico e não vem ao Brasi desde então. Agora volta à sua terra natal para sua individual no stand D2, espaço da Galeria Marcia Barrozo Do Amaral na ArtRio. 

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