A Miu Miu é a linha jovem da famosa etiqueta Prada, desenhada para a nova geração de clientes.
Mas as propostas de Miuccia Prada são sempre tão brilhantes, que acabam vestidas por mulheres de qualquer idade.
Para o Primavera 2019, a Miu Miu convidou para uma estadia de luxo, inspirada pelos corredores de um grande hotel.
Como cartões postais dos habitantes do Hôtel Regina- onde o show da Miu Miu Croisière 2019 foi encenado, a coleção primavera da marca italiana flerta com uma estética que parece ter saído dos filmes da nouvelle vogue francesa.
Modelos, estrelas de cinema se cruzam na entrada dourada do Hotel Regina, fin de siècle, em Paris.
O Hotel Regina – onde aconteceu o desfile é um cinco estrelas mítico, inaugurado em 1900 para a Feira Mundial.
O prédio é um delírio art noveau e é tão importante visitar quanto a Mona Lisa, no Louvre, que é vizinho do Hotel.
Ele está localizado na Place des Pyramides, em frente à Rue de Rivoli, centro de Paris, no bairro da moda, compras e dos museus, com vista para o Louvre.
Para a “viagem” da Miu Miu, um hotel é um ponto de encontro interminável, um destino de idas e vindas.
Um limiar entre a familiaridade e o desconhecido.
Um paradoxo – ao mesmo tempo íntimo e privado, e um espaço efêmero – uma casa, mas só por uma noite.
Um espaço aberto a reinvenção de si mesmo. Como a moda.
A coleção Croisière 2019 capta essa essência – de constante mudança, de intrigas e interação, inspirada por um local onde um milhão de histórias podem ser contadas.
O crossover e a montagem de imagens vistos na coleção espelha a troca de identidades e de encontro de vidas paralelas nos hotéis – refletindo todas as identidades múltiplas da mulher Miu Miu, que pisa corajosamente para o desconhecido.
Um toque sensual-perigoso nas roupas íntimas como o slip dress, camisolas baby doll, shortinhos pin up e transparências veladas- escondidas e misteriosas, cobertas com casacos de divas estampa de onça, jaquetas redondas ou mantôs que lembram os uniformes de corrida de carros.
Delicadas plumas de avestruz detalham bainhas, mangas e acessórios. Enfeitam até os jeans délavé.
Crocodilo e píton completam a cartela de animal print.
Os shorts estão bem cavados, as jaquetas arredondadas com mangas volumosas.
O cetim é o tecido top e o couro ouro brilhou em jaquetas e calçados.
Peças bordadas com metal cobriram modelagens lembrando os anos 1960.
Seguem os paletós oversize, já considerados peças de resistência em qualquer figurino atual.
Em matéria de calçados, destaque para as sandálias à la Lady Miss Kier da banda Deee-lite, com plataformas vertiginosas e flor na pala e para os “comfort shoes” em cetim de quatro centímetros.
As rasteiras desfilam acabamentos de luxo e muita pluma.
As bolsas ganham estruturas duras lembrando as tradicionais da Rainha da Inglaterra, mas sempre com um toque jovial.
O matelassê exclusivo da marca cobre muitas modelagens.
Nas cores além das candy colors (tons de sorbet) – que pintaram também nos acessórios, destaque para a “verde mesa de bilhar”, amarelo intenso, preto, branco, “bleu-blanc-rouge” e marinho que se destacam na cartela de cores.
Impossível não se apaixonar pelas bolsas em rosa milênio.
O elenco do desfile incluiu a atriz Gwendoline Christie, fazendo a cena final e as top models Lucan Gillespie, Taylor Hill, Kendall Jenner, a brasileira Adriana Lima, Ariel Nicholson, Zoe Thaets e Naomi Campbel.