Os primeiros dois anos de vida são caracterizados pelo rápido crescimento e desenvolvimento da criança, tendo a alimentação um papel fundamental para que isso ocorra da forma esperada.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que a introdução da alimentação de forma complementar ao aleitamento, seja iniciada a partir dos primeiros seis meses de vida, já que a composição do leite materno não é mais suficiente para suprir todas as necessidades da criança.
Os hábitos alimentares são determinados por fatores culturais, emocionais, psicológicos, socioeconômicos, mas, a principal influência vem da mãe ou do indivíduo mais ativo na alimentação da criança, sendo o âmbito familiar de grande valia para o estabelecimento de hábitos e comportamentos.
As escolhas do responsável da forma e de como será realizada a mudança do aleitamento materno exclusivo para um consumo alimentar, determina, a curto, médio ou longo prazo, atitudes favoráveis ou não em relação ao aporte nutricional da mesma.
Deve-se iniciar sem rigidez de horários, de forma tranquila, sem pressa, respeitando sempre a vontade da criança. Jamais, obrigue-a a comer, sempre encoraje-a a provar diversas cores, sabores, texturas, sem tirar a atenção da refeição, pois é um momento de aprendizado.
Priorize alimentos naturais, orgânicos, cozidos, evitando sempre adição de sal ou açúcar, e/ou, alimentos ultraprocessados e industrializados, quanto mais natural possível, melhor.
A partir do momento em que o desenvolvimento motor permitir ter uma postura ereta e uma motricidade fina para pega dos alimentos, o ideal é a criança experimentar diversas formas de estímulos, como: tátil, olfativa, gustativa, visual para reconhecimento e memorização de cada alimento. Esse método chamado BLW (baby-led weaning, algo como desmame liderado pelo bebê), ganha a cada dia, mais destaque para passar por essa fase, que fica longe de papinhas e colheres. Indo direto ao ponto: trata-se de, no momento em que a criança está pronta pra começar a introdução de alimentos sólidos (por volta dos seis meses), colocá-la à mesa sempre com a família e observar o interesse que demonstra pela comida, deixando-a manipular os alimentos com as próprias mãos, em uma aventura exploratória sem precedentes.
O alimento além de nutrir também forma a base emocional e fortalece a mente. Não dê as crianças alimentos que criam paladares viciantes, como alimentos açucarados, de recompensa emocional que geram ansiedade e angústia. Quebre padrões, reinvente tradições, adapte e dê saúde e fortaleza.
Não ensine errado, para quem pode começar certo!
Isabela Castro
Terapeuta Ayurvédica
Natural Chef