O plástico é destaque para o Verão 2019
Parece que a moda está tentando melhorar a imagem deste material versátil e que é impossível viver sem.
Qualquer coisa que você toque durante o dia, certamente grande parte foi feita de plástico.
O que assusta os ambientalistas não é o uso do material, e sim do descarte.
Materiais sintéticos demoram muito para se decompor na natureza, mas também duram muito no uso.
Com os movimentos de reciclagem e upcycling o plástico começa a ser visto com bons olhos, tanto que no Pinterest, o número de pins salvos sobre peças de moda feitas neste material teve um aumento de 110% no último ano.
O Futuro é plástico
Com a popularização das impressões 3D, o plástico parece ser o material mais adequado para o figurino do futuro.
Imagine encomendar uma bolsa Chanel e ela se materializar na sua impressora 3D, ou um vestido incrível que é confeccionado pela tecnologia.
A moda anda sempre atrás de novos materiais para renovar soluções já testadas em matéria de modelagens, estilos e tendências.
Matérias primas inovadoras e muitas vezes alternativas são diariamente elaboradas em busca de propostas que se tornem “consumo”.
Sólido, flexível e transparente
O plástico é uma substância que se assemelha a resina e é moldado por pressão e calor para criar uma série de utilidades para as necessidades do dia a dia, inclusive no vestuário, desde botões até bolsas e sandálias.
Hoje completamente absorvido pela sociedade de consumo e pela moda, pareceu um “E.T.” ao ser lançado.
Em 1869, o tipógrafo americano John Wesley Hyatt, para substituir o marfim na fabricação de bolas de bilhar – esporte tão popular que já ameaçava a população de elefantes – descobriu um material a base de nitrato de celulose sólido e flexível.
Daí para o material ocupar o papel de destaque que tem atualmente foi apenas questão de tempo: a produção mundial de plástico passou de 1,5 milhão de toneladas em 1950 para 265 milhões de toneladas em 2010.
Artigo de luxo
A partir de 1930, artistas e designers de vanguarda começaram a explorar o que chamaram de “material miraculoso”, pela maleabilidade e infinitas possibilidades em cor e textura.
Peças feitas em baquelite, celulose ou acrílico se tornaram símbolo de status e avant-garde.
Na moda a costureira francesa Elsa Schiaparelli fez vestidos em celofane transparentes, bolsas e botões de plásticos.
Na decoração, o interior do Radio Music Hall, em Nova York e do transatlântico Queen Mary eram modernamente laminados com plástico.
Relógios e bolsas foram produzidas em baquelite, assim como solas de sapatos, cadeiras, cinzeiros e o que mais se pode imaginar feito em plástico.
Com tantas utilidades o que na época era considerado material de vanguarda e refinamento acabou atingindo as massas.
Nos anos 1960 o estilista André Courrèges foi um dos pioneiros a incorporar vinil e PVC em sua moda futurista.
O plástico virou moda em capas e vestidos de PVC e vinilícos propostos também por estilistas da vanguarda como Pierre Cardin e Paco Rabanne.
Por suas características, o plástico era perfeito para o estilo “espacial” da moda destes estilistas.
Divertido para tempos sem graça
Uma bolsa, calçado ou uma mochila desses materiais combinam com praticamente tudo porque são transparentes e geram um interesse incomum por serem poucos usuais.
Chanel foi a primeira grife moderna a “embrulhar” tailleurs e vestidos em capas e acessórios de PVC durante seu lançamento verão 2018, no Grand Palais, em Paris.
Em um jogo de transparência e iridescência, o plástico desfilou vitorioso.
O material já vinha sendo foco de algumas marcas como a Burberry, que criou uma coleção inteira de capas de chuva e a Prada que testou o material em sapatos e bolsas, mas a Chanel levou a tendência do plástico a um novo patamar.
A série de botas, bolsas, chapéus, luvas e mais capas da maison francesa transformou o PVC em tendência internacional.
Embora o material não combine muito com o calor e cause polêmicas ambientais, a transparência é o que encanta.
Peças em vinil ou PVC já desceram das passarelas e estão andando pelas ruas em acessórios e roupas com visual futurista.
Mesmo as mais radicais vão simpatizar com o plástico transparente ou iridescente, já que é o material mais inédito mostrado pela moda.
Apesar de pouco prático para um país tropical como o Brasil, funciona como um desafio ao olhar,
O material isola o calor
O suor dos pés pode gerar mau cheiro.
Se o visual não permite usar meias, seque bem o suor dos pés e use como palmilha um absorvente intimo descartável colando dentro do calçado de plástico.
O truque ajuda a evitar o suor excessivo e também dar um conforto extra quando o calçado estiver “caindo” dos pés por estar úmido ou frouxo.
Os minis absorventes podem ajudar a deixar o par mais justo no pé, inclusive, você pode colar mais de um.
Manutenção das peças em PVC
Antes de aderir a esta tendência, é importante saber que o plástico – especialmente roupas e acessórios – necessitam de cuidados especiais.
Especialistas recomendam nunca colocar na máquina de lavar e muito menos na secadora.
Dicas para manter os artigos nesse material
•Não esticar;
•Limpar a mão com pano úmido ou lavar com sabão neutro;
•Secar à sombra ou com um pano limpo – no sol, ela pode deformar;
•Guardar separado das demais peças, já que os artigos de plástico podem transferir a cor;
•Use cabides em lugares arejados, onde estas peças não ficam espremidas;
•Para manter o brilho, usar silicone líquido.
Adote já
· Uma peça de plástico, seja um vinil ou PVC, pode não ser fácil de combinar com as roupas já existentes no guarda-roupa, por isso antes de aderir à tendência, é preciso analisar o estilo pessoal.
· Para pessoas mais discretas, bolsas e acessórios são o ponto de partida, já para os modernos a brincadeira vai longe
· Para aderir à moda no vestuário invista em uma capa de chuva. Além de protegida, vai estar na moda.
O sucesso do plástico no Brasil
As brasileiras já se habituaram a moda em plástico.
A Melissa da Grendene foi praticamente a pioneira em moda feita de plástico.
Antes do sucesso das Melissas, o que existia em plástico eram as sandálias Medusa (méduses) francesas, hit nos anos 1970, vendidas no Rio de Janeiro na butique de Sônia Bernardo em Copacabana.
Vinham da França em cores leitosas, no tom da Coca-Cola e em vermelho, que fazia muito sucesso.
As sandálias medusa eram usadas por europeus nas praias para que não ferissem os pés nas pedras ou ouriços.
As praias francesas não têm areia e a as pedras redondinhas machucam pés nus.
Nos anos 1970 foram adotadas pelos jovens como calçados urbanos e se tornaram moda.