A transparência segue firme nas temporadas de moda.
A tendência ganhou destaque até para o inverno 2020, durante a Semana de Moda de Nova York – que atualmente é um termômetro bem preciso do que vem por aí.
As passarelas de Carolina Herrera, Prabal Gurung e Zadige & Voltaire, mostraram que mesmo na temporada fria a transparência continua quente, seja embaixo de sobreposições ou em blusas e vestidos translúcidos, revelando o top ou sutiã por baixo ou seios à mostra, sem nenhum pudor.
Desde o verão 2019/20 que transparências de todo tipo estão em alta, praticamente em qualquer contexto, eliminando quase que por completo os tabus que eram associados a essas peças.
É fácil entender esta ousadia.
Entram em cena em um momento em que as mulheres podem decidir sobre o formato do seu corpo com exercícios, alimentação balanceada, correções radicais (lipoescultura, próteses de silicone) ou na tecnologia e design das roupas íntimas, tão fantásticas que seria uma tolice escondê-las.
CORPO EM DESTAQUE
Foi Yves Saint Laurent o responsável pelo lançamento polêmico das roupas transparentes em 1969, influenciado pela revolução sexual que teve início em 1968 – onde o corpo feminino passou a ser gradualmente aceito e revelado.
A série de vestidos e blusas transparentes de chiffon com seios praticamente à mostra – com apenas um cinto de penas de avestruz escondendo os quadris, eram o registro de uma nova mulher e uma espécie de homenagem ao espírito revolucionário daquela década.
Não se tratava de exibicionismo, mas sim de afirmar a igualdade entre os sexos.
Desde a minissaia, (em 1964), a moda não gerava tanto escândalo.
Ao colocar modelos na passarela vestindo tecidos diáfanos, seminuas, só com algumas plumas escondendo o essencial, Saint Laurent ganhou mídia internacional, milhares de protestos e consumidoras despreparadas para encarar a ousadia.
A transparência veio cedo demais e acabou oculta por um tempo.
Alguns anos depois, a proposta voltou ao ataque.
Nas coleções da década de 1990, a mensagem não era mais sensacionalista, mas adequada a postura da mulher do fim do século: consciente do seu corpo- malhado desde a década de 1980, e dona de um comportamento voyerista, no qual seduzir traduz-se pela sensação de ver e mostrar, sem maiores compromissos.
Esta nova sensualidade que mais insinua do que escancara, se tornou comum em todas as coleções atuais. Em boa parte das marcas influentes para o verão 2020, a transparência foi revelada e bem recebida.
Mas para conseguir o efeito desejado alguns cuidados são necessários para não chocar os mais conservadores, mesmo em tempos de “top less”, absolutamente comum nas praias europeias.
COMO ADOTAR AS TRANSPARÊNCIAS DURANTE O DIA
As transparências podem ser adaptadas para as ruas com sobreposições de tecidos, em roupas meticulosamente elaboradas como os sete véus de Salomé.
Esta tendência pode estar a um passo da exposição gratuita e da vulgaridade. Exige momentos e ambientes adequados.
Para se revelar por baixo dos panos, uma aparência translúcida e não escancarada é mais chique e sexy.
Os exageros ou transparência total circulam melhor nas passarelas ou nos endereços descolados da noite.
Falsas transparências podem ser conseguidas com as peças íntimas cor da pele ou pelo contraste de cores, colocando o que era para estar escondido em total evidência.
Não basta só ter peito para usar as transparências. É preciso uma silhueta sem gordurinhas, ou adaptar as transparências nas áreas privilegiadas do corpo.
ENCARE A TRANSPARÊNCIA
• Por baixo de paletós ou blusas.
• Na sobreposição, com camisetas cavadas ou lingerie por baixo.
• Em pontos estratégicos como mangas, decotes, costas, barriga ou pernas.
• Tecidos estampados e a renda “camuflam” a nudez. Musseline chiffon, gazard e organza são tecidos leves com transparência fosca muito elegante.
• Use tecidos com tramas mais fechadas no tecido que apenas sugerem o contorno do corpo quando atravessados pela luz.
TRANSPARÊNCIA NA NOITE
• Transparência total, só para quem tem coragem e corpo.
• Com meia-calça mais fosca, com body, sutiã ou calcinha larga cor da pele, dourada ou contrastante.
• Com sobreposição de tecidos leves.
• Com anágua ou modelos lingerie, como no passado.
• Com blazer mais longo, cobrindo a parte de baixo transparente.
TRUQUE FÁCIL
Na falta de lingeries especiais para disfarçar as transparências, use um truque: transforme uma meia-calça em camiseta formando um decote no gancho da meia e utilizando as pernas como mangas.
O elástico fica na cintura e elimina o raio X, principalmente quando for cor da pele.
A TRANSPARÊNCIA DO PLÁSTICO
E por falar em transparência, lembre-se que as plastic bags estão em alta – e com uma pegada bem divertida e descolada
A Louis Vuitton também criou um vestido bem original, transparente – e monogramado, que funciona super bem como uma terceira peça.
Reportagem ilustrativa e rica nos detalhes.
Nina, a matéria ficou linda!