Pinakotheke Cultural São Paulo abre no dia 15 de novembro a histórica exposição “Lygia Clark (1920-1988) 100 anos”, com cerca de 100 trabalhos em sua quase totalidade inéditos para o público brasileiro, selecionados pelo curador Max Perlingeiro, entre pinturas, desenhos, gravuras, bichos, trepantes, obra mole, casulo, objetos relacionais, fotografias e documentos. Considerada pela crítica nacional e internacional como uma das mais relevantes artistas do século 20, Lygia Clark já ganhou exposições em museus prestigiosos como o MoMA de Nova York, e o Museu Guggenheim de Bilbao, Espanha, entre muitas outras instituições. Nesta exposição da Pinakotheke Cultural São Paulo, o público verá o desenvolvimento do pensamento da artista ao longo de sua trajetória. A exposição foi feita com colaboração da Associação Cultural Lygia Clark. Dentre as obras nunca exibidas ao público, estão a coleção de “Bichos” pertencente ao crítico inglês Guy Brett(1942-2021), grande amigo de Lygia Clark desde a individual da artista na SignalsGallery, em Londres, em 1965; as obras formais de 1943 a 1952, como a série “Escadas” (1947); os “Objetivos Relacionais” (1968-1973), considerado por muitos seu experimento mais radical; além várias obras das séries “Superfície Modulada” e “Espaço Modulado”.
Cada um dos 17 segmentos, que obedecem um percurso cronológico pelas ordens conceituais criadas por Lygia Clark –“Escadas” (1947), “Kleemania” (1952), “Quebra da Moldura” (1954), “Linha Orgânica”(1954), “Arte/Arquitetura” (1955), “Superfície modulada”(1955-1956), “Planos em superfície modulada Série A”(1957), “Planos em superfície modulada Série B” (1958), “Espaço modulado” (1958), “Unidade”(1958), “Ovo linear” (1958), “Contra relevo” (1959), “Casulo” (1959), “Bicho” (1960-1964), “Obra mole” (1964), “Trepante” (1965) e “Objetos relacionais” (1968-1973) – é acompanhado de um texto de parede escrito pelo crítico Paulo Herkenhoff, que auxilia a compreensão e a evolução do pensamento da artista e suas criações.
Acompanha a exposição o livro bilíngue (port/ingl) homônimo “Lygia Clark (1920-1988) 100 anos”, 316 páginas, 27,5 cm x 22cm, com textos críticos inéditos, imagens e informações sobre as obras, uma seleção da correspondência pessoal entre Lygia e amigos artistas e intelectuais, e uma cronologia resumida atualizada.
A exposição traz ainda uma animação do ensaio fotográfico feito por Alécio de Andrade(1938-2003) da performance “Arquiteturas biológicas II”, que Lygia Clark criou em 1969 no Hôtel d’Aumont, em Paris. A animação foi feita por Fabrício Marques, e o realejo é de Gabriel Pinheiro.
Em dias alternados, o público verá os filmes “Memória do corpo” (1984), de Mário Carneiro, 30’, com produção de Solange Padilha e videografia de Waltercio Caldas, que registrou a última proposta desenhada pela artista, a “Estruturação do Self”; e “O mundo de Lygia Clark” (1973), de Eduardo Clark, com direção de fotografia de David Drew Zingg e Antonio Guerreiro, e música de Naná Vasconcelos.
Uma sala especial será montada para exibir a videoinstalação “DSÍ – embodyment” (2021), 8’, três câmeras com três distintos monitores, com registro da performance de Carolyna Aguiar, e direção de Leticia Monte e Ana Vitória. Na videoinstalação, o espectador é convidado a “experienciar estados inaugurais do corpo fragmentário em sua perspectiva pulsante de vida e morte”, explicam Ana Vitória e Leticia Monte. “Aqui o corpo debate-se em constante luta de vir a ser o que se é, desventrando-se e recolhendo-se continuamente em uma incessante dança-luta imemorial, lugar dos vazios-plenos, que Lygia Clark insiste que revisitemos”.
“Lygia Clark (1920-1988) 100 anos” ficará em cartaz na Pinakotheke Cultural, São Paulo de 15 de novembro de 2021 a 15 de janeiro de 2022, com entrada gratuita e protocolo anti-Covid. Entre os dias 20 de dezembro de 2021 a 5 de janeiro de 2022 a Pinakotheke Cultural estará em recesso de final de ano.