A sustentabilidade já passou de ser um tema e se tornou uma prática na moda brasileira e o SPFW, além de precursor nas bandeiras que as marcas mais engajadas levantam, é a plataforma perfeita para levantá-las. A 48ª edição começou com o desfile da Ellus, marca tão amada nas passarelas, mas que não desfilava desde 2017, e que além de ter desfilado com máscaras de oxigênio numa alusão às queimadas na Amazônia, encerrou o desfile com placas sobre o projeto que apoiam , o Route que promove a limpeza de praias no Brasil.
O Projeto Estufa desta edição foi bastante ativo e além de desfiles, contou com inúmeros workshops, muitos dos quais foram voltados para a sustentabilidade com destaque especial para o workshop de Upcycling da ThinkblueUpcycled, marca carioca que recicla jeans encontrados em brechós e a palestra da estilista Bethany Williams, ganhadora do prêmio Queen Elizabeth e finalista do prêmio LVMH,q eu também falou sobre upcycling e economia circular. Dos desfiles do Projeto Estufa, a Korshi mereceu destaque com uma coleção àpartir de peças do seu acervo reinventadas. Neste mesmo formato, a estilista Fernanda Yamamoto parou o SPFW ao comemorar 10 anos da sua marca e construir sua coleção àpartir de 450 peças do seu acervo, em que as modelos eram pessoas que faziam parte da marca, desde a copeira da loja, até a costureira e familiares da estilista. Dois estreantes marcaram presença com desfiles bastante inusitados e com abordagens culturais. AngelaBrito, estilista Cabo-verdiana radicada no Rio, quebrou os estereótipos da mistura de cores e texturas africanas e apresentou uma alfaiataria com cortes impecáveis, pouca estampa e tecidos sofisticados. Isaac Silva, negro e de origem Baiana, também estreante, já foi no contra-ponto de sua colega e apresentou uma coleção repleta de referências culturais