Moda

Prada A volta do Essencial

24 set 2019 • por Xico Gonçalves • 0 Comentários

Chega ao fim mais uma semana de moda de Milão. As tendências para o verão 2020/ 21 estão lançadas.
Da coleção da Prada que decretou a simplicidade como o novo luxo, à apresentação-manifesto da Gucci, passando pela nova Bottega, com o diretor de estilo Daniel Lee, mostrando uma nova face para o minimalismo moderno.
Mas o desfile mais comentado foi da Prada que apostou em um novo conceito para a moda atual: a simplicidade sofisticada.
A grife apresentou sua coleção para primavera/verão 2020/21, no dia 18 de setembro, com foco no essencial, sem perder a elegância. Um antídoto à complexidade.
O desfile aconteceu na Fundação Prada, uma das instituições de arte privada mais famosas do mundo. O espaço industrial do Fondazione, como um hangar industrial, foi listrado com tinta laranja com enormes colunas cobertas com papel de ouro e o piso brilhante em padrões geométricos
A Prada mirou na simplicidade. “Simples, não minimalista”, assim que Miuccia Prada definiu sua coleção.
Porém simples, em se tratando de Prada, não é o que parece na superfície. As notas do desfile previam que a coleção apostaria em uma redução ao essencial.
As criações da marca realmente representam uma vontade moderna de se reduzir o guarda-roupa, materializando apenas o que é realmente significativo.
“Meu sentimento atual é que há muito de tudo e chegou a hora de se comprometer seriamente a produzir menos”.
Ela enfatiza a simplicidade, a não descartabilidade, em contraposição a tendência do fast fashion.
Vale lembrar que a Prada entrou para o grupo Fashion Pact, apresentado no último G7, prometendo tornar-se mais sustentável, ética e ecologicamente consciente em seus negócios.
A política do essencial, em oposição ao excesso, é mais do que nunca, coerente e necessário.
A moda atemporal é o objetivo, incentivando os consumidores a investir com sabedoria, usando as peças como quiser, em qualquer lugar e com qualquer coisa.
Em uma fuga aos excessos que o mundo vive hoje, a marca decreta com seu desfile que a simplicidade é o novo luxo.
A estilista mergulhou a fundo em um resgate à elegância- em uma coleção que deseja celebrar a mulher que veste a roupa, e não o seu look.
Baseada nesse conceito, a estilista desenvolveu roupas atemporais, sem deixar de lado a sofisticação clássica da marca.
A primeira peça que abriu o desfile, um cardigã de malha fina nervurado e saia abaixo dos joelhos sem nenhum elemento decorativo, rosto limpo, cabelos molhados e alisados para trás, foi de um retorno às raízes minimalistas da marca dos anos 1990, mas a seguir looks também simples, alongados – de beleza e precisão únicas – foram ganhando adornos de arabescos bordados em dourado ou prateado.
Além de conjuntos de alfaiataria, tiveram destaque as peças únicas, como trench coats e vestidos. Nas cores, tons de azul, preto, branco e cinza, laranja, rosa e dourado.
Os bordados têm formas de elementos da natureza, alguns com lantejoulas. O brilho é abundante, mesmo em épocas escuras.
Na Prada, como sempre a beleza está nos detalhes, com acessórios como bolsas de palha, bonés nada convencionais e chapéus assimétricos.
Chapéus foram vistos na maioria dos desfiles de Milão.
Nos pés, calçados vintage lembrando os anos 1920, alguns repetindo os arabescos das roupas. As peças lembram a elegância dos anos 1970 e da década de 1950.
Para os amantes da Prada, este é o guarda-roupa dos sonhos: elegante, irreverente, fácil e desprovido de truques conceituais.
O que a torna fresca esta nova coleção da Prada é a mistura de texturas e o novo conceito que a moda está vestindo para um futuro mais saudável, no mundo e nos armários.
“Neste momento em que tudo é excesso – muita moda, muitas roupas – tentei trabalhar a simplicidade, não a descartabilidade e que a mulher seja mais importante que a roupa”, declarou Miuccia Prada sobre esta nova proposta de moda.

Comente Aqui

Posts Anterior
Próximo Post