Moda

Louis Vuitton encerra com desfile poderoso a Semana de Moda em Paris

14 out 2020 • por Nina Kauffmann • 0 Comentários


Atualmente, a linha divisória entre homens e mulheres está cada vez mais tênue, e Nicolas Ghesquière criou um jargão da moda que aborda essa divisão cada vez mais tênue em um desfile poderoso que serviu para encerrar a Semana da Moda de Paris.

Um desfile misto primavera-verão 2021 com um mix de roupas masculinas e ousadas para as mulheres, e tecidos e acabamentos femininos para os homens, em uma coleção marcante apresentada no último andar da La Samaritaine, o mais recente empreendimento imobiliário da LVMH.


 
Localizado nas margens do Sena, o complexo inclui também o hotel Cheval Blanc de seis estrelas, com vista para a Pont Neuf, e um gigantesco empório de compras experimentais, construído nesta antiga grande loja de departamentos estilo Art Nouveau e Art Déco.

Não se falou muito sobre política nesta temporada em Paris, mas Ghesquière deixou seu posicionamento bem claro. Sua primeira proposta incluía um moletom branco largo com a inscrição “Vote”. Outros apresentavam gráficos de ruas grandes e explosivos que diziam “Drive”, “Hooks” ou “Dunce” em cores masculinas. Muitos designs impressionantes em vestidos de combinados com casacos volumosos de espiã.


 
“Estamos entrando em um território estilisticamente vago. Uma área sensível que elimina gênero e promete possibilidades exponenciais de design. Como é uma peça de vestuário intermediária? Que tipo de corte pode dissolver o masculino e o feminino?”, questionou Ghesquière, de 49 anos, nas notas de seu programa.

Repetidamente, o designer da Louis Vuitton cortou com bravura fantásticos casacos trespassados de cintura baiza; e propôs as melhores calças da temporada: calças masculinas soltas e esvoaçantes combinadas com casacos de oficiais. Além disso, sua mistura entre bomber e gabardine promete ser um sucesso.

O estilista recebeu muitos aplausos em seus dois desfiles vespertinos, com muitos rostos conhecidos na primeira fila: Alicia Vikander, Léa Seydoux, Venus Williams, Laura Harrier, Chiara Mastroianni, Natalia Vodianova, Marina Foïs, Olympia da Grécia, Hugo Marchand e Woodkid.

Além disso, quem fez o casting da Louis Vuitton merece uma medalha de ouro. Em uma temporada que introduziu uma geração totalmente nova de jovens talentos nas passarelas (uma vez que a Covid-19 impediu as supermodelos de se deslocarem), nenhuma marca teve um grupo tão diversificado de novos rostos de passarela.



Nesta temporada, o famoso cinto parisiense de Ghesquière foi deliberadamente finalizado com grandes ilhós militares. Embora Ghesquière não tenha sido o único designer a exibir um visual de micro-lantejoulas, o dele foi o que mais impactou. Além disso, seus smokings masculinos de mármore foram impressionantes, especialmente contra o pano de fundo verde e os imponentes murais de pavão desta loja do século 19.

Todo ano, 20 milhões de pessoas caminham da Notre Dame ao Louvre, e este lugar fica bem no meio dos dois. No caminho, você pode passar pela Pont Neuf, a ponte mais fotogênica do mundo. Como não gostar?”, disse o CEO da Louis Vuitton, Michael Burke, sorrindo.

La Samaritaine será, certamente, um novo conceito de compras: uma mistura de arquitetura única, experiência de compras de alto nível e empório culinário. No último andar, haverá meia dúzia de restaurantes, muitos deles com vistas excepcionais do horizonte de Paris, do Louvre à Torre Eiffel e ao Sacré Coeur.



“Este andar será bonito, uma colmeia de atividade. Lembrem das minhas palavras”, concluiu o CEO da Vuitton, cuja maison terá uma boutique importante no complexo.

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