Os pespontos feitos a mão que formam os desenhos nas bolsas que muitas mulheres desejam, costuram as histórias alinhavadas nas origens das marcas.
A técnica é chamada de matelassê -um procedimento de costura que produz relevo e textura sobre tecidos ou couro, e que acabou sendo um aliado das grifes de luxo como um diferencial, assinatura e marca registrada.
A palavra matelassê vem do conceito de origem francesa “matelasser“, que quer dizer “acolchoar”.
A técnica foi criada por Robert Elsden, homenageado em 1745 pela Sociedade para a Promoção das Artes, Manufaturas e Comércio por sua inovação.
Elsden criou a técnica tentando copiar o estilo de colchas artesanais encontradas no sul da França, cuja produção era feita à mão com quatro conjuntos de fios em teares.
A ideia foi transferida para acessórios pela primeira vez por Chanel, buscando nos pespontos não só a beleza, mas maior resistência ao couro macio.
E deu certo.
Basta o olho enxergar o desenho geométrico das costuras em xadrez, que Chanel pinta como referência
Matelassê Coco Chanel
Este desenho de matelassê foi desenvolvido em 1955 inspirado nas roupas dos jóqueis e como uma mensagem de riqueza, elegância e muito capricho.
O trabalho de costuras é feito à mão em couro textura Caviar (que reproduz as bolinhas do caviar) e também em superfícies lisas.
O xadrez de todas as peças se coordenam no encaixe perfeito.
Chanel 2.55
Essa é uma das bolsas mais copiadas do mundo.
A primeira 2.55 foi lançada em fevereiro de 1955 (2-55)
Uma das características de Chanel era a praticidade e conforto.
Como estava farta de carregar bolsas na mão, fez a 2.55 com alças grandes, para que pudesse ser levada nos ombros, uma ideia que deu certo e faz sucesso até hoje.
Matelassê Cannage da Dior
Criado por Christian Dior em 1947.
A ideia surgiu depois de seu primeiro fashion show, na loja da Avenue de Montaigne.
As convidadas eram acomodadas em poltronas com tressê de palha, inspiradas nas cadeiras de Napoleão III.
Porém, como os desfiles nesta época duravam mais de duas horas, todas as ilustres convidadas saiam “carimbadas” com o desenho da trama das palhas destas cadeiras impressas em suas roupas e nas coxas.
Claro que imediatamente o desenho virou símbolo de status e depois do show da Dior as sortudas convidadas passeavam pela cena chique de Paris com o “branding” do desfile, para ostentar que estiveram por lá.
Desta atitude surgiu a ideia de reproduzir nas bolsas o clássico matelassê tipo Cannage, constituído por uma rede de costuras oblíquas e perpendiculares, tal como um leito de diamantes com facetas brilhantes.
O matelassê da Dior é tão emblemático, que o arquiteto da marca o usa como referência e padronagem nas fachadas, acabamentos e detalhes de algumas lojas.
Lady Dior, a história de uma bolsa legendária
A Lady Dior foi criada para ser uma bolsa icônica, com identidade marcante e imediatamente reconhecível.
De inspiração couture, surgiu em 1994 nos ateliês Dior para ser levada na mão, marcando uma ruptura audaciosa com as tendências que dominavam na época.
O nome original era “Chouchou”.
Porém, dois anos depois, seria rebatizada para Lady Dior, em homenagem à princesa Diana que, de passagem por Paris, se apaixonou por este acessório.
Matelassê Miuccia Prada para a Miu Miu
O matelassê foi criado como uma assinatura para a Miu Miu usando uma técnica mais moderna, com formato diferente e criativo.
É impossível falar da Miu Miu sem citar a Prada.
Isso porque, para quem não sabe, a Miu Miu nasceu justamente da fundadora da marca, em 1993, dentro de uma loja da Prada.
Mesmo mantendo diversos traços da grife italiana original, a Miu Miu se destaca por ser uma linha mais jovem e moderna.
Miuccia Prada, quando menor, era conhecida como Miu Miu, nome que se inspirou para a criação da segunda linha da marca italiana.
A influente modelo Kate Moss, recrutada pela marca, ajudou a propagar as bolsas matelassada pelas redes sociais como um reposicionamento no mercado de bolsas, batendo de frente com a principal concorrente, a Gucci