O Museu do Pontal, no dia 26 de julho de 2021, às 17h, convida o público para uma viagem virtual ao sertão de Alagoas, para encontrar os artistas da Ilha do Ferro, povoado distante 230 quilômetros de Maceió, cercado pelo Rio São Francisco e famoso por sua produção escultórica em madeira. Com apresentação de Angela Mascelani, curadora e diretora do Museu do Pontal, a live Viagem à Ilha do Ferro – Pesquisa em Tempos de Pandemia será transmitida pelos canais do Museu no Youtube e Facebook, e terá como convidados os artistas Mestre Aberaldo e Domingos Sávio, o Salvinho, e o professor e pesquisador Jairo José Campos da Costa, da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), e diretor do Museu de Cultura Popular, em Francisco Dantas, Rio Grande do Norte.
O Museu do Pontal, que vem estabelecendo relações de parcerias em várias áreas de atuação, convidou o professor Jairo Campos da Costa a viajar até a Ilha do Ferro em junho para identificar novos artistas, produzir dados acerca de suas histórias e registrar seu ambiente de trabalho. As informações resultantes dessa pesquisa irão compor o banco de dados sobre artistas populares mantido pelo Museu do Pontal em seu portal na Internet.
Tomando todos os cuidados necessários, o professor Jairo Campos da Costa viajou até a Ilha do Ferro com o intuito de recolher material relevante para a ampliação e valorização do patrimônio cultural brasileiro, em suas múltiplas dimensões materiais e imateriais. Na conversa do dia 26 de julho, ele vai contar o que viu e observou nesta viagem.
Mestre Aberaldo e Salvinho, artistas que têm obras no acervo do Museu do Pontal, que deram entrevistas ao pesquisador Jairo Campos, vão compartilhar na live na segunda-feira suas visões sobre arte, e a produção de seus conterrâneos, e também as dificuldades encontradas em sua criação, como a escassez cada vez mais preocupante de matéria-prima.
SOBRE OS CONVIDADOS
DOMINGOS SÁVIO RODRIGUES SANTOS, SALVINHO
Nascido em 23 de dezembro de 1978, em Pão de Açúcar, chegou à Ilha do Ferro com a família, aos nove anos. Trabalhou no corte de cana, atividade que abandonou por problemas de saúde. “Por falta de opção”, como ele mesmo conta, em 2011 começou a esculpir a madeira, colocando em prática dicas de Seu Fernando Rodrigues e Vieira, artistas pioneiros da Ilha que observava desde a infância.
ABERALDO SANDES COSTA LIMA
Nascido em 3 de outubro de 1960 na Ilha do Ferro, vem de uma família de artistas, e é um dos escultores mais antigos em atividade no local. Desde o início da década de 1980, Mestre Aberaldo transforma a madeira encontrada no Rio São Francisco ou nas matas da Ilha em figuras humanas. Diz que muitas vezes encontra “a peça quase pronta, só dá uns retoques. Noutras é preciso desbravar a madeira”.
PROF. DR. JAIRO JOSÉ CAMPOS DA COSTA
Pós-Doutorando em Letras, Mestrando em Museologia (Bahia-UFBA), Doutor em Letras (Maringá-UEM); mestre em Letras (UFPA), trabalha na Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) desde 2004, onde exerceu a função de coordenador do curso de Letras/CAMPUS V (2004-2005); diretor do CAMPUS V duas vezes, (2006-2008 e 2008-2010); reitor, também duas vezes (2010-2014 e 2014-2018), diretor do Sistema de Museus, com foco em cultura popular alagoana (Espaço de Memória Artesão Fernando Rodrigues dos Santos/Ilha do Ferro e o Espaço de Memória Artesã Irinéia Rosa Nunes da Silva/Comunidade Quilombola Muquém (2017-2021). É líder do Núcleo de Pesquisa em Literatura e Artes Visuais Populares (NUPLAV/CNPq), onde realiza investigações sobre cultura popular brasileira, e é idealizador e diretor do Museu de Cultura Popular, em Francisco Dantas, Rio Grande do Norte, com parte de sua coleção de arte popular.
SOBRE ANGELA MASCELANI, DIRETORA-CURADORA DO MUSEU DO PONTAL
Doutora em Antropologia pela UFRJ (2001), tendo estudado grandes colecionadores de arte popular no Brasil, e Mestre em Artes Visuais pela UFRJ (1996), com pesquisada centrada na coleção formada por Jacques Van de Beuque. É autora dos livros: “O Mundo da Arte Popular Brasileira” (Ed. Mauad, 2000), com diversas edições; “Caminhos da Arte Popular: O Vale do Jequitinhonha” (MCP, 2008), que condensa suas pesquisas e viagens ao longo de 15 anos na região, e coorganizadora do livro/box “O que você vai levar – material educativo complementar ao ensino de artes plásticas populares” (MCP, 2010), onde também assina textos.
Atua há 25 anos na gestão e no planejamento do Museu do Pontal, compartilhando essas atividades, nos últimos 15 anos, com Lucas Van de Beuque.