Cada tom transmite uma energia diferente.
Por isso é preciso ter cuidado ao escolher uma peça de roupa, pela imagem que a cor pode passar.
Está provado que ao usar uma determinada tonalidade, transmitimos mensagens através dela.
É verdade.
Comunicamos 160 diferentes sentimentos na cor que vestimos, do amor ao ódio, do otimismo à tristeza, da elegância ao feio, do moderno ao antiquado.
Tudo porque vinculamos o simbolismo das cores aos nossos próprios sentimentos.
Isto explica porque amamos alguns tons e detestamos outros.
Cores fazem parte da nossa história, assim como apreciamos alguns alimentos em detrimento a outros.
Você tem a sua cor preferida?
Todo mundo tem aquele tom especial, que faz um carinho na nossa autoestima, mais que qualquer outro.
Eu me sinto confiante quando visto azul. Sei lá, talvez porque cresci ouvindo um hit musical chiclete que garantia na letra que: “vesti azul, minha sorte então mudou”, de uma cantora teen chamada Adriana.
Bem, para mim o azul foi o céu, porque coloriu a minha sorte, mas parece que para a cantora Adriana o azul foi marinho, já que ela naufragou nas paradas musicais, logo após este sucesso.
Os estilistas também têm suas cores estratégicas.
As cores preferidas dos estilistas
TOM FORD
Tom Ford é fã do black.
Ele tirou a Gucci do “vermelho” ao adotar o preto, sua cor preferida, como a principal tonalidade da cartela de todas as coleções.
”Black Orchid” inclusive é o nome de seu perfume mais desejado pelas mulheres.
KENZO TAKADA
O estilista japonês Kenzo Takada adora cores fortes.
Foi o pioneiro a propor o “color blocking” e inovou nos anos 1970 sugerindo combinações de cores para lá de transgressoras como: Pink, laranja e turquesa; verde hortelã, laranja, pink com amarelo e muitas outras propostas em tecnicolor que influenciaram o mundo.
YVES SAINT LAURENT
Yves Saint Laurent admirava as tonalidades dos pintores e também as cores primárias da fase Pop Art.
Ele foi mestre em misturar cores e trabalhar vestidos de festa em tonalidades poderosas.
Compunha sua cartela de cores inspirado pelos pigmentos e combinações das obras de arte.
CHANEL
Chanel idolatrava as cores.
“Proponho contrastes que nem eu mesma consigo me habituar”, comentava a cada desafio.
Considerava o seu batom vermelho um talismã e eram em vermelho os mais importantes vestidos de festa das coleções.
Popularizou o dourado, nas joias e nas roupas e também o prateado no lamê dos vestidos de festa.
Mas também mandou bem nas cores mais sóbrias.
Foi ela que lançou o “pretinho básico”.
O maior sonho da costureira era organizar um baile onde todas as mulheres vestissem preto e branco, sua combinação curinga.
Mesmo adorando cores, o atelier de Chanel na Rue Cambom, em Paris era em tons de bege, ao que madame explicava:
“Meu refúgio é bege porque é natural. Não é uma cor”.
CRISTOBAL BALENCIAGA
Cristobal Balenciaga fez do vermelho- inspirado pela Espanha natal, uma cor clássica nas suas coleções.
Era também um fã do branco.
NICOLAS GHESQUIÈRE
Nicolas Ghesquière lançou na coleção de 1999 o azul e o verde Bic, exatamente nos tons preferidos dos isqueiros que Ghesquière, fumante, sempre carrega no bolso.
VALENTINO
O italiano Valentino adotou o vermelho como logomarca da casa e nunca deixou de usar esta cor nas suas coleções.
Na cartela do guia Pantone é o mesmo tom da roupa do Papai Noel.
Também adorava utilizar um tom de bege, o “Devonshire cream” como fundo para bordados.
GIANNI VERSACE
Gianni Versace apreciava as cores do universo pop. Amarelo, vermelho, violeta e verde sempre desfilaram em suas passarelas.
O estilista era um colorista arrojado com a segurança e a audácia de um pintor.
Ele misturou e deu o toque colorido dos anos oitenta.
ELSA SCHIAPARELLI
Elsa Schiaparelli, famosa nos anos 1930 é mais conhecida pela cor “rosa shocking” (pink) do que pela enorme contribuição que deu a moda.
Foi Willian Henry Hoffman quem descobriu, em 1859 a anilina chamada magenta que misturada ao branco deu origem a variados tons de rosa.
Esta cor chocou as consumidoras americanas nos anos 1930, quando lançada por Elsa Schiaparelli em um tom saturado, brilhante batizada de “rosa shocking”,
Conta a lenda que este tom de rosa foi descoberto por Elsa em mantas peruanas, mas a verdade é que a costureira tomou um dos tons de rosa de Berárd, ao qual batizou e popularizou.
Até o seu perfume mais famoso se chamava “Rosa shocking” e a embalagem e o vidro eram nesta cor.
CHRISTIAN DIOR
O grande mestre amava o colorido vistoso das flores, talvez inspirado pelas roseiras de sua mãe, Madeleine, que sempre o encorajou a criar seus modelos florais e orientais para “embelezar as mulheres”.
Em 1955 com o lançamento de sua primeira linha de batons (batizada de ROUGE DIOR), composta por oito tonalidades de vermelho, a cor se tornou símbolo da marca.
QUANDO A COR SE TORNA UM BRANDING
VERDE FENDI
Verde Fendi é a cor que identifica esta casa de moda italiana fundada em 1925.
Por ter sido criada para a empresa se tornou o nome de uma cor, que é um verde puxando ao bege.
VERDE PRADA
A cor verde-palha (ou verde chá) é símbolo padrão de suas lojas. Este verde pastel foi inspirado nos estampados icónicos da marca.
A decoração das lojas em todo mundo utiliza este tom nas paredes, por ser considerada uma cor relaxante
GREYGE ARMANI
Greyge é uma cor que é uma mistura de cinza com bege (e por isso o nome: grey + beige).
A primeira passarela a exibir este tom foi a Giorgio Armani, ainda nos anos 1980
Depois de ser lançada por ele, coloriu a cartela de neutros nos desfiles da Dior, Marc Jacobs e Balenciaga, só para citar algumas.
Virou mania quando pintou no esmalte da Chanel, o Particulierè.
AZUL TIFFANNY
Em 2001, uma parceria da grife com a PANTONE transformou o luxuoso azul em uma cor exclusiva, registrada e secreta, afim de que a cor fosse instantaneamente reconhecida, independentemente de onde fosse reproduzida.
Assim foi criado o “Azul 1837”, que recebeu este nome em homenagem ao ano de inauguração da primeira loja.
Mas nem adianta pegar sua cartela PANTONE para tentar achar o código, porque a cor não é impressa nos catálogos, nem disponibilizada para comercialização.
A fórmula da sua produção, através da mistura dos pigmentos também é mantida em segredo.