Moda

Valentino Haute Couture 2021

27 jan 2021 • por Nina Kauffmann • 0 Comentários

Os desfiles da semana de moda de Paris já não estão mais acontecendo obrigatoriamente na capital francesa. Devido à pandemia, agora as temporadas de moda são 100% virtuais, e os desfiles em formato “phygital” podem ser realizados em outro país ou até mesmo outro continente.​

Foi o caso da coleção de alta-costura da marca italiana de luxo Valentino, apresentada na terça-feira (26) em um suntuoso palazzo romano, com um elenco de modelos desfilando sobre pisos de mármore e pórfiro, sob o dourado de uma sala renascentista iluminada por enormes lustres.



Uma performance artística orquestrada por Pierpaolo Piccioli – o diretor criativo de Valentino – e Robert Del Naja, artista e fundador do grupo Massive Attack, intitulada “Code Temporal” (Código Temporal) e encenada na Galleria Colonna, a casa de uma família romana pertencente à Aristocrazia Nera, fração da nobreza italiana muito próxima ao Vaticano.

A coleção – composta por capas perfuradas de marfim, casacos faille volumosos na cor fúcsia e vestidos de crepe rosa – tinha algo de místico que combinava perfeitamente com seu cenário. Quanto às cores dos tecidos, estas lembravam as vestes litúrgicas vistas nas grandes missas da Basílica de São Pedro. 

Para acrescentar um toque de misticismo, muitas modelos usavam máscaras douradas. Várias delas vestiam um avental gigante na cor vermelho pecado da Valentino, ou então uma capa rosa de abadessa, com botas cuissardes prateadas ou douradas.

Pierpaolo Piccioli gosta particularmente de cores ousadas – ele combina tops turquesa-claro, sobretudos dourados com lantejoulas, jaquetas emlamé dourado ou casacos amarelo açafrão. Esta coleção claramente marcou uma nova direção para Valentino e Piccioli, e deu certo. Pierpaolo nos ofereceu desfiles excepcionais nos últimos anos, mas estava começando a ficar repetitivo. Com esta nova coleção, tivemos a impressão de estar descobrindo algo novo.

Principalmente com as saias de georgette évasées perfeitamente cortadas; os vestidos maravilhosos com perolados; e os casacos forrados com lantejoulas metálicas na cor champagne, tão densamente bordadas que poderiam ser confundidas com pele de carneiro.

Apenas uma pessoa vestiu preto durante o desfile, o próprio Pierpaolo Piccioli, que apareceu ao final do desfile, vestindo um colete sem mangas e máscara combinando. Sem surpresa, a trilha sonora consistia em faixas da Massive Attack. E, por fim, quinze membros do ateliê Valentino, todos mascarados, também apareceram, vestidos com jalecos brancos.

Na próxima sexta-feira, dia 29 de janeiro, Valentino vai transmitir em suas redes sociais o filme de Robert Del Naja, “Making of the Haute Couture Collection”, produzido e editado pela primeira vez por inteligência artificial.

O artista e músico passou os últimos meses gravando imagens dos costumes e tradições da alta-costura. Essas imagens foram transformadas e editadas por inteligência artificial – algoritmos programados pelo artista Mario Klingemann.

“Através do filtro sintético da inteligência artificial, surge o aspecto emocional da Alta-Costura, mas também a celebração e o aprimoramento da qualidade humana: um código que se regenera constantemente e permanece atemporal”, declarou a Valentino em um comunicado.

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