Semana da Moda de Milão terminou na segunda-feira (28) com um balanço mais do que honroso. A Câmara da Moda Italiana (CNMI) mostrou a sua capacidade de gerir o evento com toda a segurança sanitária, organizando uma semana que marca efetivamente a entrada da moda em uma nova era. Ela também ofereceu a todos os players do mercado, presentes em Milão ou que acompanharam o evento virtualmente, a doce sensação de um retorno à normalidade.
Primeiro ponto positivo: é a primeira vez que uma fashion week apresenta um impacto ambiental tão baixo. Nunca o centro de Milão esteve tão fluido em tal período. Tráfego zero, sem agitação, sem histeria. São muito os que admitem, disfarçadamente, que “desta vez foi muito melhor”. Aproveitar para apreciar um desfile, sem sair correndo para o próximo, aproveitar o momento de convívio, compartilhar emoções com uma comunidade… Estas foram as novas sensações que esta semana milanesa ofereceu, não sendo menos densa por isso.
Com 21 desfiles físicos em cinco dias (em comparação com 19 em oito dias para Paris) e diversos encontros e apresentações paralelas, que contaram com um grande público graças à maior disponibilidade de compradores e da imprensa, mas também graças ao digital, o evento deu, paradoxalmente, a impressão de ser mais rico do que no passado.
“Considerando, claro, a situação atual, tudo correu muito bem. Queríamos mostrar ao mundo que é possível continuar, convivendo com o vírus, e conseguimos. Estes desfiles mostraram a resiliência das marcas e empresas italianas, que conseguiram adaptar-se apesar das enormes dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19”, comentou o presidente da Camera della Moda, Carlo Capasa.