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Fausto Puglisi é o novo diretor artístico da marca Roberto Cavalli

24 fev 2021 • por Nina Kauffmann • 0 Comentários

Roberto Cavalli está recomeçando do zero. É assim que o novo diretor artístico, Fausto Puglisi, se refere à nova fase da marca italiana. No comando do estilo desde o final de outubro, ele concebeu esta primeira coleção como o prefácio de um livro que ainda está por ser contado. Uma espécie de choque para acordar a grife adormecida.

As reações não demoraram a chegar. Assim que as primeiras imagens foram veiculadas na Internet na segunda-feira (22), véspera do início da Semana da Moda de Milão, os telefones começaram a tocar na via Bagutta, localizada na região conhecida como o Quadrilatero della Moda, em Milão, onde a marca possui um showroom desde setembro.

“Terça-feira foi uma loucura. Tivemos uma avalanche de telefonemas, em particular de celebridades americanas que queriam este ou aquele modelo o mais rápido possível. As reações são extraordinárias, vão muito além das expectativas”, comentou Fausto Puglisi, que confiou inteiramente, para esta coleção outono-inverno 2021/22 “zero” destinada à homens e mulheres, no animal print, clássico da marca e símbolo do seu passado, revisitando-o com um espírito muito gráfico de mix & match.


 
Toda a coleção está, portanto, disponível em tons de preto e onça, inspirada em diferentes cores de pele, com efeitos degradés e toques de dourado. O estilista se divertiu principalmente com as garras de feras, reproduzidas na forma de joias metálicas douradas, enganchando no decote de um vestido preto justo, enfeitando uma jaqueta de couro bikerou se transformando no salto agulha de um escarpin.

Bocas de leões, inspiradas em tatuagens coloridas, foram reproduzidas em jaquetas, camisas de seda e conjuntos de pijamas para um efeito de camuflagem. As manchas do leopardo e as listras do tigre colidem em saias maxi esvoaçantes. O olho de uma corça brilha em um suéter jacquardparecido com uma tapeçaria. As garras do animal aparecem na gola de uma jaqueta extra grande ou nas costas de uma camiseta, reconectando-se com o lado rock adorado por Robert Cavalli (observe a este respeito a introdução de rangers), enquanto o lado sensual e sexy da marca também está presente em muitos vestidos curvilíneos e terninhos.

“O objetivo foi despertar os códigos extravagantes da marca, para que ela seja imediatamente reconhecível aos olhos de todos com toda a sua força e ousadia. Por isso exasperei ao extremo os elementos que são sua marca registrada, porque hoje Roberto Cavalli precisa disso. É uma espécie de coleção-manifesto, que estabelece as bases para recomeçar. Meu objetivo é levar o sonho da Cavalli de volta às ruas, dando aos modelos a mesma força do vestido de alta-costura ou do suéter”, contou Fausto Puglisi apresentando sua coleção.



Esta mesma coleção Cavalli, no entanto, está fortemente ancorada em seu tempo, com uma grande atenção à diversidade e à inclusão. Composta por 63 looks e quase 200 peças, incluindo acessórios, ela foi pensada para todos os tamanhos e gêneros em um espírito livre e fluido com um bom número de peças intercambiáveis ​​entre os dois sexos. Ela também combina habilmente tipologias e posicionamentos em termos de preço, com um único foco: oferecer um produto de luxo bem feito, made in Italy,consistente com a imagem e história da marca.

O lado artesanal é, de fato, apresentado por meio de uma seleção de fornecedores exclusivamente italianos e pode ser visto no belo trabalho feito nas malhas, assim como nas estampas e outros detalhes, come exceção dos tecidos técnicos. O foco principal está nos materiais clássicos como algodões, sedas, couros e lãs.

“Roberto Cavalli continua sendo uma linha premium, mas nela encontramos produtos como tênis que custam 375 euros ou camisetas por 198 euros. O preço de entrada do jeans é de 325 euros e pode ir até 1.500, enquanto os vestidos de alta-costura chegam a mais de 30 mil euros”, conta o diretor geral Ennio Fontana, que há alguns meses assumiu as rédeas da empresa, comprada em 2019 pelo bilionário de Dubai, Hussain Sajwani, fundador e presidente da gigante imobiliária, Damac Properties.


A reestruturação da empresa tem continuado desde sua chegada, enquanto a gestão foi fortalecida pela entrada de Antonella Leoni no departamento de marketing recentemente. “É um pouco como uma start-up. Em particular, fizemos uma grande trabalho de limpeza dentro do canal de atacado e estamos com uma centena de novos clientes multimarcas”, diz o gestor, que também quer se apoiar em franquias com parceiros selecionados.

Atualmente, Roberto Cavalli emprega cerca de 80 pessoas e possui três lojas próprias (Milão, Londres, Berlim), bem como as lojas sazonais em Saint-Tropez, Cannes e Porto Cervo, às quais somam-se alguns outlets. Até o final de março, a marca irá transferir seus arquivos e últimas atividades na Toscana para Milão.

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