Virgil Abloh sabe como fazer um belo espetáculo. E isso pôde ser visto em seu desfile realizado na tarde de domingo em Paris, com M.I.A. realizando um mini concerto ao vivo no final, e uma leque de supermodelos novas e mais antigas apresentando seus designs mais recentes.
Com o nome de “Laboratory of Fun”, Abloh revelou a sua coleção mais detalhada e personalizada até o momento, talvez o resultado final de um movimento em direção ao luxo.
Esta semana, Virgil, nascido em Chicago, abriu uma nova flagship parisiense na rue Castiglione, com o nome do famoso autor da obra Il Libro del Cortegiano (O Livro do Cortesão) – um manual didático de etiqueta e ética cortesã, publicado em 1528, inspirado no humanismo renascentista e assuntos reais. E a loja situa-se a apenas 50 metros de um padrão real de luxo – a Louis Vuitton, onde Abloh tem seu segundo emprego, o de diretor criativo da moda masculina.
Bella Hadid – a americana de ascendência palestina – abriu e encerrou o desfile, exatamente no mesmo azul elétrico infinito de Yves Klein (Infinity Blue). O primeiro look foi um vestido de cocktail de micro veludo combinado com botas até ao joelho levemente marmorizadas e grandes joias em ouro.
Em seguida, veio a maior modelo indie dos anos 90, a veterana americana Amber Valletta,com o seu estilo próprio, exibindo os ombros. Desfilando entre uma série de grandes colunas de contraplacado dignas de Charles René Macintosh, em um terno de couro engomado azul-pedra e blazer com botões off-center.
Ternos de lã azul da Prússia com acabamento em chapéus cloche xadrez ou versões de couro cru pareciam elegantes e burguesas, embora o estilista troque de roupa para a noite, com um trio de vestidos cortados e mais folgados nas laterais. Peças dignas de inauguração de galerias de arte.
“A coleção fala em parte das minhas raízes como arquiteto”, enfatizou Abloh na nota do desfile.
O seu grande truque de estilo foi a série de espartilhos em miniatura, zelosamente diabólicos com chifres de tecido, mas usados ao redor da cabeça como uma máscara e não no torso.
Neste desfile misto, Abloh também cortou alguns blazers de náilon laranja muito estilosos, coletes infláveis acolchoadas sem mangas e uma série de calças largas volumosas, brincando com perfurações e formas estendidas nas costas por toda parte.
No final, os convidados praticamente brigaram por uma cópia do convite, um quadrado de acrílico cor de limão com o nome da marca gravado. Havia uma sensação de formas gravadas nesta coleção. Ao todo, essa foi a vitrine mais personalizada e tradicional do Abloh, sem camisetas de DJ e doses limitadas de streetwear. No entanto, no geral, tudo parecia muito atual, muito seguro.
Virgil Abloh estava tão confiante, que passeou para cumprimentar os convidados antes do espetáculo. E como todos os seus convidados, ele usava máscara. Ele então levou seu elenco para um passeio final, terminando no palco, cumprimentando com M.I.A. enquanto ela cantava uma ótima versão de seu sucesso icônico “Paper Planes”.