As passarelas atuais estão propondo a volta das saias curtas, depois de uma longa temporada de mídis e maxis comprimentos.
O retorno da minissaia talvez seja uma tradução para a recente onda feminista.
As francesas nunca deixaram de usar as saias curtas, sempre complementadas com meias escuras
Marcas como Saint Laurent, Hedi Slimane na estreia na Celine, Prada e Chloé apostaram nos curtos nas últimas temporadas, e a fast-fashion inglesa Topshop reportou um aumento de 106% de procura pelo termo.
A Balmain, uma das grifes que tem os comprimentos mínis no DNA, vem apostando nos curtos há muito tempo.
Já a Louis Vuitton fez homenagem aos anos 1980 em sua coleção Cruise e trouxe o comprimento curtíssimo, inclusive em modelagens balonê, de volta ao protagonismo.
De minissaia Margot Robbie, no papel da atriz Sharon Tate, estampa o cartaz de “Era Uma Vez em Hollywood”, filme de Tarantino que narra os assassinatos da Família Manson.
O curto voltou ao centro das atenções em parte devido à mostra do Victoria and Albert Museum sobre Mary Quant, que fica em exposição até fevereiro de 2020, em Londres. A designer da década de 1960 pode não ter inventado o mini, mas ela a popularizou. A minissaia geralmente é creditada a ela, embora o designer francês André Courrèges também é frequentemente citado como o lançador desta ousadia (os franceses referem-se à minissaia como mini-jupe)
Seja quem tenha criado esta moda, nenhuma peça do guarda-roupa comunica tão bem esse espírito de desobediência -mesmo que inocente, quanto a minissaia.
Popularizada nos anos 1960 como uniforme das meninas em Paris e da Swinging London, ela até hoje traz em suas costuras o senso de subversão otimista da época.
Em 2019/20, a minissaia acontece como uma abreviação do caráter insubordinado do movimento girl power.
Muito mais do que apenas sensual, a minissaia hoje representa uma escolha da mulher que vem tomando o controle sobre seu corpo e imagem.
É inegável que há algo inexplicavelmente desafiador em mostrar as pernas, e não apenas para uma ingênua adolescente. Afinal a minissaia moderna é para todas as idades, até para maduras com pernas bonitas. A primeira dama da França, Brigitte Macron, é um bom exemplo.
O SOBE E DESCE DAS SAIAS E BOLSAS DE VALORES
Quem curte economia, deve ficar de olho nas pernas femininas.
Conforme sociólogos, o comprimento das saias está diretamente proporcional às finanças internacionais.
Bainhas curtas sinalizam que o período é de compra.
Assim aconteceu nos anos de economia em alta, como nas décadas 1960 e 1980.
Se o comprimento desce, é tempo de venda.
Os tamanhos midi e máxi foram produtos dos depressivos anos 1970, de ações em queda.
Nos anos noventa, com um cenário instável no mundo, a saia ganhou comprimentos curtos e longos, tão indefinida quanto a economia do período.
Conforme as passarelas para o inverno 2020, as próximas temporadas destacam bainhas curtíssimas. Seria esta moda um indício de dias melhores na economia mundial?
Enquanto isto não se define, passe a tesoura nas suas.
Interferindo ou não, ninguém resiste a uma saia curta, nem os índices financeiros!
MINI HISTÓRIA DOS COMPRIMENTOS
• Em 1964 a estilista inglesa Mary Quant passou a tesoura nas saias, encurtando a bainha e influenciando todo o mundo.
• Nos anos 1970 a micro entrou em ação em uma moda batizada de “baby look” tentando uma visual ninfeta.
• Nos anos 1980 a micro e a mini vestiram a maioria das mulheres acompanhada de paletós de enormes ombreiras.
COMPRIMENTO CORRETO
• O comprimento certo vai depender de quem veste e do que está vestindo. Algumas bainhas longas deixam as mulheres “arrastadas”. Outras, muito curtas, “achatam” a silhueta.
• As bainhas internas de uma minissaia devem medir no máximo cinco centímetros. Esqueça a idéia de deixar um montão de tecido para dentro, para tentar alongar mais tarde. O excesso de pano na bainha “pesa” e veste mal.