Com o objetivo de fortalecer os negócios dos artesãos brasileiros através da inclusão digital, a Rede Artesol oferece apoio para 200 grupos e 100 artesãos individuais/artistas populares de todo Brasil com foco na comercialização online de seus trabalhos. Em 2019, os grupos espalhados por 24 estados do país receberam uma capacitação presencial focada em ferramentas de comunicação digital. Durante essa capacitação, muitos que tinham poucos conhecimentos em ferramentas online criaram suas redes sociais, aprenderam técnicas para fotografar seus produtos e fazer operações comerciais online. Hoje, estes profissionais contam ainda com o Canal Artesol, onde são disponibilizados podcasts e web-aulas sobre assuntos como gestão, design e comunicação digital. Além de contarem com uma página própria com seus produtos, história, contatos e links de redes sociais, os artesãos podem esclarecer suas dúvidas diariamente sobre o uso das redes sociais, por exemplo, com uma equipe especializada. Além disso, a Artesol realiza conferências semanais com conteúdo sobre marketing digital, e-commerce, fotografia, criação de catálogos, entre outros temas que ajudam os profissionais a comercializarem seus produtos online de forma estratégica para todo o Brasil e até para o exterior. A ação se tornou ainda mais estratégica com o isolamento social devido à pandemia da COVID-19. Muitos artesãos dependiam da atividade turística para vender seus trabalhos nas lojas das associações ou para comércios das capitais, que ficaram fechados durante este período. Mesmo com a reabertura gradual do país, muitos artesãos seguem impactados pela crise. Por isso, a venda através de tecnologias digitais tem sido muito importante para garantir rendimentos mínimos para suas famílias.Segundo a coordenadora do projeto Artesol, Josiane Masson, nos últimos anos, a chegada da internet nas comunidades rurais de destinos distantes do mercado consumidor, como a Amazônia ou o Vale do Jequitinhonha (MG), transformou a atividade econômica desses lugares. “Os artesãos que vivem em regiões isoladas têm conseguido ser encontrados por um público que está disposto a pagar o valor justo por seu trabalho, seja por conta das características das matérias-primas naturais, as histórias por trás dos produtos ou a exclusividade de tudo que é feito à mão. E um dos pilares para sustentar todo este trabalho é a internet”, conta.
Um dos grupos que integra a Rede Artesol é a Central Veredas, cooperativa que reúne cerca de 200 artesãos no noroeste de Minas Gerais. São nove diferentes grupos que atuam com técnicas como tecelagem manual e bordado, sendo que cada núcleo fica responsável por uma etapa do processo produtivo: um grupo faz a fiação, outro faz o tingimento natural dos fios com raízes e sementes do cerrado, outro grupo faz a tecelagem e outros fazem o bordado.Depois de entrar para a Rede Artesol, a cooperativa já exportou seus produtos para a França e recebeu encomendas dos Estados Unidos. Eles foram acionados também pela estilista Flávia Aranha (flaviaaranha.com) para produzir as peças de uma coleção lançada na São Paulo Fashion Week em 2019.
“As tecnologias de comunicação têm nos ajudado a divulgar o valor cultural do artesanato de raiz para o mundo. Há artesãos da Rede, inclusive, que exportaram suas peças para lojas dos Estados Unidos e da Europa, por meio de contatos que chegam pelo portal da Rede ou diretamente nas redes sociais”, finaliza Josiane.
A Rede Artesol
A Artesol, ONG criada há 20 anos pela antropóloga Ruth Cardoso para promover o artesanato brasileiro, está realizando em 2019 uma nova etapa do projeto Rede Artesol, dobrando o número de membros apoiados pela iniciativa, incluindo mestres, artistas populares e novas associações. A proposta é fortalecer a cadeia do artesanato no âmbito da economia criativa e ampliar o impacto do projeto que hoje já beneficia 120 núcleos de artesãos inseridos nessa rede batizada oficialmente de Rede Nacional do Artesanato Cultural Brasileiro. A Rede conta com o patrocínio da Vale e o apoio da Pernambucanas por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Para potencializar os negócios dos artesãos, o projeto contempla viagens a campo para uma capacitação focada em ferramentas de comunicação para melhorar as estratégias de comercialização dos grupos.
“Além do mapeamento no portal online, estamos muito felizes de ver a rede se materializar em inúmeras conexões, parcerias, pesquisas e negócios que devem se intensificar a partir da nova fase da iniciativa”, afirma presidente da ONG, Sonia Quintella.
Exemplo de conexões com mercado
Um dos grupos que integra a Rede Artesol é a Central Veredas, cooperativa que reúne cerca de 200 artesãos no noroeste de Minas Gerais. São nove diferentes grupos que atuam com técnicas como tecelagem manual e bordado, sendo que cada núcleo fica responsável por uma etapa do processo produtivo, um grupo faz a fiação, outro faz o tingimento natural dos fios com raízes e sementes do cerrado, outro grupo faz a tecelagem e outros fazem o bordado.
Depois de entrar para a Rede Artesol, a cooperativa já fez exportação para a França e recebeu encomendas dos Estados Unidos. Eles foram acionados também pela estilista Flávia Aranha ( flaviaaranha.com ) para produzir as peças de uma coleção lançada na São Paulo Fashion Week em 2019.