O grupo brasileiro de beleza Natura & Co (Natura, The Body Shop, Aesop e Avon), número 1 em mercados como Colômbia, Argentina e Brasil, segundo a Euromonitor, anunciou na sexta-feira (8) que observou um forte aumento de 250% nas vendas online desde a metade de março, quando começou o período de confinamento provocado pela pandemia de Covid-19. Segundo a companhia, esses resultados demonstram a resiliência “extraodinária” de seu modelo multicanal.
Em seu relatório com os resultados do primeiro trimestre, a empresa destacou que fez um “forte avanço digital” no período, com as marcas Natura e Avon registrando crescimento de 150% nas vendas online últimas semanas, impulsionado pelo crescimento dos compartilhamentos feitos por consultoras e revendedoras sobre suas lojas virtuais. Em resposta ao distanciamento social, a Natura lançou uma revista digital e interativa em itens essenciais que podem ser compartilhados em mensagens de texto (WhatsApp) e mídias sociais, em adição ao ao catálogo digital. Cerca de 90% das consultoras no Brasil usam plataformas digitais (app + web) e aproximadamente 700,000 consultoras tem lojas virtuais na Rede Natura, um aumento de 40% em relação ao ano anterior. Na Avon, as vendas por revendedoras compartilhando revistas digitais cresceram 85% globalmente nas semanas recentes.
The Body Shop registrou aumento nas vendas digitais de 300%, com um crescimento de 61,0% em venda direta (The Body Shop At Home) e de produtos essenciais, como higienizadores de mãos (35% das vendas). Por fim, a Aesop foi a marca que obteve o melhor resultado nas vendas online, com um aumento de 500%, também impulsionado pela venda de higienizadores.
A receita líquida consolidada da empresa atingiu 7,5 bilhões de reais no primeiro trimestre, +1,9% (ou -6,2% em moeda constante), impulsionado pelo forte crescimento da Natura no Brasil e na América Latina, da Aesop, assim como pelo aumento das vendas digitais.
Na América Latina, a receita líquida da Natura cresceu 14,9% em reais (+12,4% em moeda constante), graças ao aumento de 9,8% nas vendas no Brasil, e +25,8% na Latam Hispânica (+19,7% em moeda constante). A Avon, por outro lado, viu sua receita líquida na região cair 7,1% em reais (-11,9% em moeda constante), e -2,4% em reais (-15,0% em moeda constante) no resto do mundo, principalmente, devido à diminuição do número de revendedoras em todos os mercados e ao impacto da Covid-19.
A britânica The Body Shop, por sua vez, observou aumento de 2,6% na receita líquida em reais (-10,5% em moeda constante), graças ao bom desempenho da marca no mês de janeiro e às vendas diretas. Por último, a Aesop registrou crescimento de 26,6% em reais na receita líquida (+10,5% em moeda constante), impulsionado pelo e-commerce, que aumentou 500%, como mencionado acima.
O EBITDA Ajustado da companhia foi de 571,5 milhões de reais no período, com margem ajustada de 7,6%, excluindo custos de aquisição não recorrentes associados à Avon de 298,3 milhões de reais e o efeito não recorrente, não caixa, da alocação de preço de compra de 102,9 milhões de reais devido à alocação dos valores justos oriundos da combinação de negócios com a Avon.
No documento, a Natura & Co destacou que as sinergias anuais recorrentes da integração com a Avon aumentaram 100 milhões de dólares, e disse ter uma forte posição de caixa, totalizando 4,6 bilhões de reais no final de março. No início de maio, visando melhorar a estrutura de capital, reduzir a alavancagem e fortalecer o balanço patrimonial, a empresa aumentou seu capital de 1 bilhão para 2 bilhões de reais, por meio de uma oferta privada, a ser subscrita pelos acionistas controladores, investidores selecionados e acionistas minoritários. Além disso, a companhia também garantiu uma linha de financiamento de 750 milhões de reais, com prazo de um ano, para aumentar a liquidez, sem impacto na dívida líquida.
Em comunicado, Roberto Marques, Presidente Executivo do Conselho de Administração e CEO de Natura & Co, disse que, no segundo trimestre, “as medidas de distanciamento social e isolamento total continuarão afetando consideravelmente o negócio, mas os mercados em que as medidas foram flexibilizadas demonstraram rápida retomada.”